VW vende fábrica na China após suspeita de trabalho forçado

novembro 28, 2024
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VW vende fábrica na China após suspeita de trabalho forçado


A Volkswagen anunciou que está deixando suas instalações na região de Xinjiang, no noroeste da China. A decisão foi tomada por razões económicas, mas também políticas, uma vez que a área alberga uma população muçulmana que é alvo de perseguições no país.

Recentemente, grupos de direitos humanos criticaram a VW por ser a maior multinacional que ainda mantém presença no país. Os Estados Unidos e um número crescente de países europeus proibiram mesmo as importações de Xinjiang devido a evidências de trabalho forçado.

VW estava sob pressão internacional

Segundo a montadora, a fábrica de montagem e as pistas de testes em Urumqi serão agora transferidas para Xangai. Estes espaços empregam 175 trabalhadores que trabalham na preparação final dos automóveis para entrega nos concessionários do oeste da China.

A Volkswagen construiu as estruturas entre 2012 e 2013 e fez questão de contratar vários uigures, grupo étnico predominantemente muçulmano que vive em Xinjiang. A partir de 2014, porém, a China intensificou a repressão contra esta minoria e alguns programas de trabalho forçado enviaram parte da população para fábricas.

VW nega ter cometido qualquer violação dos direitos humanos (Imagem: Yau Ming Low/Shutterstock)

A VW sempre disse que não utilizou trabalho forçado no local. Mas uma auditoria realizada no ano passado para avaliar a conformidade da instalação com as normas laborais internacionais foi amplamente criticada por não proteger suficientemente os trabalhadores locais.

Em meio à pressão internacional, a montadora iniciou negociações para deixar a região em fevereiro deste ano. O Ministério das Relações Exteriores da China, que nega qualquer tipo de perseguição aos uigures, pediu publicamente à Volkswagen que não adotasse tal medida, o que não adiantou.

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VW enfrenta uma crise profunda (Imagem: multitel/Shutterstock)

Empresa está perdendo espaço para concorrentes

  • Apesar do fator político, a decisão da VW também é financeira.
  • A fábrica de Urumqi foi projetada para fabricar carros movidos a gasolina e perdeu muito espaço com o avanço dos modelos elétricos.
  • Ou seja, a instalação estava fazendo a montadora perder dinheiro em um momento muito delicado.
  • No ano passado, a Volkswagen fabricou cerca de 9 milhões de veículos, muito menos do que os 14 milhões esperados na capacidade total da montadora.
  • Num comunicado recente, a VW afirmou que “o ambiente económico tornou-se ainda mais difícil e novos players estão a entrar na Europa”.
  • A empresa refere-se especialmente à BYD e outras marcas chinesas que oferecem produtos mais baratos.
  • Ao mesmo tempo, a montadora não tem conseguido avançar conforme planejado no mercado chinês.
  • No total, a VW emprega cerca de 650.000 pessoas em todo o mundo.
  • No mês passado, a Volkswagen colocou à venda sua fábrica em Bruxelas, na Bélgica.
  • Além disso, deverá fechar outros dois espaços na Alemanha.





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