Planeta anão Ceres já teve um oceano de lama, diz estudo

setembro 30, 2024
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Planeta anão Ceres já teve um oceano de lama, diz estudo


Desde que foi descoberto em 1801 por Giuseppe Piazzi, o planeta anão Ceres, o maior asteroide do cinturão entre Marte e Júpiter, tem intrigado os cientistas.

Com uma superfície coberta por crateras de impacto, durante muito tempo acreditou-se que o objeto não continha muito gelo devido ao aparecimento destas cicatrizes, que pareciam estáveis ​​e indeformadas.

No entanto, uma nova pesquisa, publicada na revista Astronomia da Naturezasugere que Ceres pode ter uma crosta predominantemente gelada e que, no passado, poderia ter albergado um oceano lamacento.

Representação artística da superfície do planeta anão Ceres. Crédito: Andamati/Shutterstock

Pesquisadores da Universidade Purdue e do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA nos EUA conduziram simulações de computador para estudar como as crateras de Ceres se deformaram ao longo de bilhões de anos.

O estudo foi liderado por Ian Pamerleau, estudante de doutorado, e Mike Sori, professor de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias em Purdue, com a colaboração de Jennifer Scully, pesquisadora do JPL.

Novo estudo diz que Ceres já esteve 90% coberto de gelo

“Achamos que há muita água gelada perto da superfície de Ceres, mas diminui em profundidade”, disse Sori num comunicado. declaração. A abordagem desafia a crença anterior de que o planeta anão era composto por menos de 30% de gelo. Agora, os cientistas acreditam que esse volume pode ser bem maior, chegando até 90%.

O estudo sugere que, no passado, Ceres possuía um oceano de lama, que com o tempo se solidificou, formando uma crosta gelada misturada com fragmentos rochosos. Esta hipótese foi reforçada por simulações, que mostraram que uma crosta rica em gelo poderia resistir ao relaxamento da cratera, algo que anteriormente se acreditava ser impossível num corpo celeste tão gelado.

Ikapati, com 50 km de diâmetro, é uma das crateras na superfície do planeta anão Ceres numa visão simulada usando imagens da missão Dawn. Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA

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A sonda Dawn da NASA, que estudou Ceres entre 2015 e 2018, forneceu dados cruciais para a investigação. As observações da missão indicam que a subsuperfície do asteroide é rica em gelo, enquanto o regolito (camada superficial) contém evidências de gelo impuro. A gravidade do objeto também indica densidade compatível com a presença de gelo sujo, reforçando as simulações dos pesquisadores.

Sori destacou que Ceres, por ser o maior objeto do cinturão de asteroides, possui características planetárias, como vulcões, deslizamentos de terra e crateras, apesar de ser classificado como asteroide. Ele acredita que Ceres pode ser uma referência importante para a compreensão de outros mundos oceânicos do Sistema Solar, como as luas de Júpiter (Europa) e Saturno (Encélado), que também abrigam oceanos congelados.

Por estar mais próximo da Terra em comparação com estes corpos gelados, Ceres representa um alvo promissor para futuras missões espaciais. De acordo com Sori, as características brilhantes na superfície deste corpo celeste podem ser remanescentes do seu antigo oceano lamacento, tornando-o uma excelente oportunidade para recolher amostras e explorar um mundo oceânico congelado.





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